O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse que é relevante a perspectiva da balança comercial (diferença entre exportações e importações) fechar o ano com superávit de US$ 15 bilhões, especialmente, diante do resultado registrado no ano passado quando teve déficit de US$ 3,93 bilhões.
Segundo ele, isso significa menos pressão da necessidade de financiamento externo. "É graças a essa balança comercial que o déficit em conta-corrente vai cair para 3,4%, o que significa dizer que o país terá todo esse déficit financiado com recursos de investimento direto. Nós não vamos queimar as reservas do Brasil para poder financiar o déficit, portanto, eu considero esse superavit muito positivo", disse.
Para o ministro, se não fosse a queda dos preços das commodities brasileiras, o valor do superávit alcançaria mais de US$ 35 bilhões, acrescentando que a perspectiva para 2016 é chegar perto deste patamar. "Vou ficar nos US$ 15 bilhões [para 2015], e todos analistas acham que no próximo ano podemos dobrar o superavit. Saímos de um déficit de US$ 4 bilhões para um superavit de US$15 ou US$ 16 bilhões. São US$ 20 bilhões, em que você reduz a necessidade de financiamento do país, portanto, é um superávit positivo", afirmou, ressaltando que o comércio mundial passa por desaceleração e não cresce mais no ritmo anterior.
Armando Monteiro participou hoje (25), na zona sul do Rio, de um encontro organizado pelo Instituto do Aço Brasil. Para uma plateia de empresários, disse que a exportação é uma das prioridades do Brasil no curto prazo. Segundo ele, um caminho óbvio a partir da queda acentuada do mercado doméstico.
"Infelizmente o comércio exterior nunca foi uma prioridade verdadeiramente. Somos uma economia fechada, pouco integrada às redes de acordos internacionais e, portanto, tem um espaço imenso, desde que possamos reposicionar a política comercial, e que as empresas brasileiras possam colocar a questão das exportações no seu radar", disse
Monteiro destacou que amanhã (27) haverá uma reunião entre os ministros de comércio exterior da Europa, ocasião que, espera, seja retomada, depois de 15 anos, a troca de ofertas de produtos brasileiros com a União Europeia.
"Foi exatamente a emergência do Acordo Transpacífico que, a meu ver, torna, para a União Europeia, mais atrativa a perspectiva de firmar um acordo com o Mercosul, porque fortalece esse eixo de integração”, disse. "E, me permitam, acho que a própria eleição da Argentina também oferece uma perspectiva de uma postura mais pró-comércio e mais liberalizante para a abertura do Mercosul", acrescentou.